Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar
Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar
Sociedade Brasileira de CardiologiaAssociação Brasileira de PsiquiatriaFederação Brasileira das Sociedades deSociedade Brasileira de AnestesiologiaAssociação Brasileira de Medicina IntensivaSociedade Brasileira de CancerologiaElaboração Final: 26 de maio de 2009 Participantes: Mirra AP, Meirelles RHS, Godoy I, Issa JS, Reichert J,
Carvalho NB, Alencar Filho AC, Achutti A, SilvaCAR, Santos SRA, Hetem LA, Dias JC, NakmuraMU, Quintino MP, Cantarino CM, Pereira ACPM,Mendes FF, Duarte NMC, Gigliotti A, MarquesACPR, Andrade AG, Silva CR, Instituto Nacionalde Câncer/Ministério da Saúde, AssociaçãoBrasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas,Faculdade de Medicina da Universidade de SãoPaulo, Universidade Federal de São Paulo
As Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar, iniciativa conjunta Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
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DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA: •
Revisão sistemática de estudos experimentais e observacionais realizadapor Fiore et al. 2008;
Revisão de trabalhos observacionais e experimentais, sobretudo EnsaiosClínicos Randomizados Duplo-cego;
Revisão de estudos de meta-análise (diretrizes internacionais sobre tratamentodo tabagismo, revisões Cochrane) e;
Em todas as revisões, foram identificados os estudos com evidência Apara estabelecer a melhor conduta a ser traçada em relação ao tratamentodo tabagismo. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos OBJETIVO: Elaborar recomendações para tratamento farmacológico do tabagismo fundamentado em evidência científica consistente. CONFLITO DE INTERESSE: Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta diretriz estão detalhados na página 18.
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INTRODUÇÃO
Atualmente, o tabagismo é considerado um problema de saúde
pública, em razão da alta prevalência de fumantes e da mortalidadedecorrente das doenças relacionadas ao tabaco.
A prevalência de fumantes no mundo é de 1,3 bilhão,
considerando-se pessoas de 15 ou mais anos, constituindo um terço da população global1(D). Desses, 900 milhões estão em países em desenvolvimento e 250 milhões são mulheres. O consumo anual é de 7 trilhões e 30 bilhões de cigarros, correspondendo a 20 bilhões por dia; cerca de 75.000 toneladas de nicotina são consumidas por ano, das quais 200 toneladas são diárias. No Brasil, há 27,9 milhões de fumantes, consumindo 110 bilhões de cigarros por ano, acrescidos de 48 bilhões procedentes de contrabando.
A mortalidade anual relacionada ao tabaco, no mundo, é de
5,4 milhões de pessoas, sendo um óbito a cada dez adultos, dosquais 70% em países em desenvolvimento. No Brasil, ocorrem200 mil óbitos por ano.
A previsão para o ano 2.020 é ocorrerem, no mundo, 10
milhões de óbitos, sendo 7 milhões nos países em desenvolvimento. Persistindo essa tendência, no século XXI, eventualmente, ocorrerá 1 bilhão de óbitos1(D). A mortalidade nos adultos está sendo maior que o número de óbitos por HIV, malária, tuberculose, alcoolismo, causas maternas, homicídios e suicídios combinados.
No Brasil, a redução de fumantes a partir da década de 90 até o
momento foi de 33,2% para 15,2%, na população acima de 18 anos. Igualmente, houve redução acentuada do consumo per capita deunidades, passando de 1989 na década de 80 do século passado,para 1194 no ano de 2000. Há várias formas preparadas de tabaco,que têm a mesma ação nociva à saúde humana: cigarro, charuto,cachimbo, narquilé, uso oral de tabaco - tabaco sem fumaça (moído,mascado) e rapé. O tabagismo traz repercussões à saúde,socioeconômicas e ecológicas.
Hoje existem mais de 50 doenças relacionadas ao tabagismo,
atingindo principalmente os aparelhos respiratório (doença pulmonarobstrutiva crônica - DPOC, algumas doenças intersticiais,
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agravamento da asma), cardiovascular (ateros-
bonetos aromáticos, cita-se amidas, imidas,
clerose, arterial coronariana, acidente vascular
ácidos carboxílicos, lactonas, ésteres, aldeídos,
cerebral, aneurisma, tromboangeite obliterante,
cetonas, alcoóis, fenóis, aminas, nitritos,
associação tabaco-anovulatório), digestivo (refluxo
carboidratos, anidritos, metais pesados e
gastroesofágico, úlcera péptica, doença de Crohn,
cirrose hepática), genitourinário (disfunção erétil,
fertilizantes fosfatados (Polônio 210, Carbono
infertilidade, hipogonadismo, nefrite), neoplasias
malignas (cavidade oral, faringe, esôfago,estômago, pâncreas, cólon, reto, fígado e vias
biliares, rins, bexiga, mama, colo de útero, vulva,
na adolescência, em média entre 13 e 14 anos
leucemia mieloide), na gravidez e no feto
de idade. Quanto mais precoce o seu início,
maior a gravidade da dependência aos problemas
descolamento prematuro da placenta, placenta
prévia, pré-eclampsia, gravidez tubária, menor pesoao nascer, parto prematuro, natimortos,
A inalação da fumaça resultante da queima
mortalidade neonatal, malformações congênitas,
de derivados de todo tipo de tabaco, por não-
prejuízo no desenvolvimento mental em idade
escolar) e outras (envelhecimento da pele, psoriase,
passivo, exposição involuntária ao tabaco ou à
periodental, cárie dental, estomatites, leucoplasias,
tabagismo passivo é considerado a terceira causa
língua pilosa, pigmentação melânica, halitose,
de morte evitável no mundo, após o tabagismo
queda das defesas imunitárias)2(D). Entre as
ativo e o alcoolismo. Estima-se que metade das
repercussões socioeconômicas citamos: desvio de
crianças do mundo encontra-se exposta à PTA;
renda (menos gastos com as necessidades básicas)
dessas, 9 a 12 milhões com menos de cinco anos
e perda de produtividade (por retenção no leito,
de idade são atingidas em seus ambientes
absenteísmo no trabalho, pensões, acidentes,
assistência médica, invalidez e mortes precoces).
As ações de controle do tabagismo devem
No âmbito ecológico: na cultura do tabaco
ser direcionadas para: educação, com prioridade
(empobrecimento do solo, uso de pesticidas e
para o nível primário, superior (inclusão do tema
fertilizantes), na produção dos produtos do
no currículo das escolas de ciências médicas e
tabaco (cura do tabaco - uso de mata nativa e
conscientização dos profissionais de saúde);
reflorestada; na fabricação (destruição de uma
legislação (restrição de fumar em ambientes
árvore para 300 cigarros) e provocação de
fechados, público ou privado, proibição de
propaganda e promoção, restrição do acesso dosjovens ao tabaco, regulamentação dos produtos
Na queima de um cigarro há produção de
derivados do tabaco, advertência nas embalagens,
4.720 substâncias, em 15 funções químicas, das
contrapropaganda ao público, implementação
quais 60 apresentam atividade cancerígena, e
das medidas adotadas pela Convenção-Quadro
outras são reconhecidamente tóxicas. Além da
do Controle do Tabaco); econômicas (aumento
nicotina, monóxido de carbono e hidrocar-
dos impostos incidentes sobre os produtos do
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tabaco, restrição ao apoio e aos subsídios ao
Recomendação
preço do tabaco, substituição e diversificação da
cultura do tabaco, eliminação do contrabando).
profissional, procedimento este que aumenta achance de cessação do tabagismo.
Políticas por ambientes livres da fumaça do
tabaco devem ser incentivadas, visando ao não
2. AVALIAÇÕES DA MOTIVAÇÃO, DO GRAU DE
fumar em todos os ambientes fechados, como
DEPENDÊNCIA DA NICOTINA, DAS TENTATIVAS
domicílios, trabalho, lazer, escolas, serviços de
PRÉVIAS DE CESSAÇÃO E DAS RECAÍDAS SÃO
saúde, empresas, e locais públicos, criando-se
IMPORTANTES NA ABORDAGEM DO TABAGISTA DURANTE O TRATAMENTO PARA CESSAÇÃO? RATAMENTO E CESSAÇÃO 1. A CHANCE DE PARAR DE FUMAR É DIFERENTE
• Verificar o grau de interesse do paciente em
ENTRE OS FUMANTES QUE TENTAM PARAR
parar de fumar, de acordo com o modelo de
SOZINHOS E AQUELES QUE RECEBEM AUXÍLIO
DiClemente et al.9(D), que classifica o DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE?
paciente em fases motivacionaiscomportamentais: fase pré-contemplativo
(não quer parar de fumar), contemplativo
uma doença crônica, devido à dependência à
(pensa em parar de fumar), ativa (preparado
droga nicotina, e, portanto, todos os fumantes
devem ser orientados a deixar de fumar por
profissionais de saúde3,4(D). Pesquisas mostram que cerca de 80% dos fumantes desejam parar
• Utilizar escala de avaliação de dependência10,11(D);
de fumar, porém apenas 3% conseguem a cadaano, sendo que desses, a maior parte (95%)
• Fazer anamnese direcionada ao tabagismo
consegue sem assistência de profissional de
com perguntas sobre tentativas anteriores,
saúde. O restante necessita de apoio de um
métodos utilizados, motivo do insucesso;
profissional de saúde para obter êxito5(D).
• Avaliar clinicamente a existência de doenças
aconselhamento dado por qualquer profissional
morbidades ou contraindicações para terapia
de saúde aumenta as taxas de cessação do
tabagismo6-8(A). Um dos estudos mostrou uma taxa estimada de abstinência de 10,9% quando
Após esta avaliação global do paciente, pode-
o fumante tente parar de fumar sozinho contra
se estabelecer um planejamento terapêutico.
13,4% se ele for submetido a umaconselhamento mínimo (< 3 minutos),
Recomendação
A avaliação global do paciente e do grau de
dependência à nicotina é fundamental para
aconselhamento intensivo (>10 minutos)7(A).
estabelecer um planejamento terapêutico na
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Questionário de Tolerância de Fagerström
1- Quanto tempo, depois de acordar, você fuma o seu primeiro cigarro?
0 Após 60 minutos 2 6-30 minutos 1 31-60 minutos 3 Nos primeiros 5 minutos
2- Você encontra dificuldades em evitar o fumar em lugares onde é proibido, como,
por exemplo, igrejas, local de trabalho, cinemas, shoppings, etc.?
3- Qual é o cigarro mais difícil de largar ou de não fumar?
0 Qualquer um 1 O primeiro da manhã 0 10 ou menos 3 31 ou mais
5- Você fuma mais frequentemente nas primeiras horas do dia do que durante o resto do dia?
6- Você fuma mesmo estando doente a ponto de ficar acamado a maior parte do dia?
REALIZAÇÃO DAS MESMAS NAS TAXAS DE CESSAÇÃO DO TABAGISMO? 3. HÁ DIFERENÇA NA CESSAÇÃO DE TABAGISMO ENTRE FUMANTES COM DIFERENTES GRAUS DE DEPENDÊNCIA DA NICOTINA? Pontuação
independente do grau de dependência à nicotina,
tem condições de obter êxito no tratamento dotabagismo. Porém, existem evidências que
sugerem que as taxas de abstinência nosdependentes elevados de nicotina tendem a
serem menores do que nos fumantes com baixa ou média dependência da nicotina6,7(A)12(B). Á INFLUÊNCIA DAS TÉCNICAS E MODELOS DE ACONSELHAMENTO E DO TEMPO DE
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cessação do tabagismo, desde material de
individual intensiva18(A)17(D).
autoajuda, tipo folhetos, manuais, aconselhamentotelefônico reativo, passando por aconselhamento
Em relação ao tempo de abordagem, chegou-
telefônico pró-ativo, aconselhamento face a face
se à conclusão que uma abordagem intensiva de
mínimo, intensivo, individual ou em grupo de
90 minutos é o ideal. Não há evidência que mais
apoio. Estudos de meta-análise mostram que a
tempo aumente substancialmente as taxas de
utilização de material de autoajuda apresenta baixa
cessação do tabagismo6,7(A).
efetividade em termos de cessação do tabagismo,comparada a outras formas de cessação. O
Quanto ao número de sessões, as evidências
aconselhamento telefônico pró-ativo, realizado por
sugerem forte dose-reposta entre o número de
um conselheiro com ligações posteriores aumenta
sessões e a efetividade do tratamento, sendo o
as taxas de cessação comparado ao aconselhamento
mínimo de quatro sessões para que se obtenha
mínimo6,7,13(A). O aconselhamento mínimo deve
um resultado satisfatório6,7(A).
ser oferecido por todos os profissionais de saúdeem suas consultas de rotina, pois, apesar de seu
Recomendação
efeito ser relativamente pequeno, essa intervenção
O sucesso na cessação do tabagismo é tão
pode ter um importante impacto em termos de
maior quanto mais intensiva a abordagem. Tanto
saúde pública devido ao grande número de
a abordagem individual quanto a em grupo são
fumantes que são rotineiramente atendidos por
eficazes, sendo ideal um tempo de abordagem
profissionais de saúde6,7,14,15(A)4,16,17(D).
de 90 minutos, e um mínimo de quatro sessõespara resultados satisfatórios.
O que fica claro nestes estudos é que quanto
mais intensiva a abordagem, maior será a taxa
5. HÁ DIFERENÇAS NA EFETIVIDADE DO
de sucesso6,7(A). A abordagem intensiva (> 10 ACONSELHAMENTO ISOLADO COMPARADO
min) pode ser realizada tanto de forma individual
COM O USO ISOLADO DE MEDICAÇÃO E A
quanto em grupo. Apesar de alguns estudos
COMBINAÇÃO DOS DOIS TRATAMENTOS?
apontarem para um discreto aumento na taxade cessação da abordagem individual sobre a de
Estudos de meta-análise demonstraram que
grupo (16,8% contra 13,9%)6,7(A), podemos
a combinação do aconselhamento com o uso de
afirmar que tanto uma quanto a outra são
medicação é mais efetiva do que a utilização de
efetivas, e devem ser utilizadas dependendo de
um dos dois isoladamente6,7(A).
cada caso18,19(A). A abordagem em grupo permite que um número maior de pessoas seja
Dezoito estudos avaliaram a efetividade da
tratado pelo mesmo profissional, o que a pode
tornar, em termos de saúde pública, mais
contra o uso de apenas medicamentos, e nove
custoefetivo em relação à abordagem individual.
Elas podem trocar suas experiências e relatar os
combinação contra a utilização apenas de
benefícios do apoio mútuo entre os integrantes
do grupo. Porém, não existe evidência suficiente
análises desses estudos demonstraram que a
para avaliar se a abordagem em grupo é mais
efetiva ou custoefetivo, do que a abordagem
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divididos em médicos e não-médicos, as taxas
estimadas de cessação ficaram em 15,8% (OR 1,7)
para os que sofreram intervenção com os não-
quando foram introduzidos os medicamentos,
médicos contra 19,9% (OR 2,2) para os que
sofreram intervenção com os médicos. Para o autor,
esses resultados sugerem que médicos e não-
sessões7(A).
médicos apresentam uma efetiva similaridade no aconselhamento para cessação do tabagismo6,7(A). Recomendação Recomenda-se a associação do aconselha-
Porém, outro estudo de meta-análise, através
de 37 ensaios clínicos randomizados, comparou a
vez que há comprovação de resultados superiores
eficácia do aconselhamento oferecido por médicos,enfermeiros, dentistas e equipe multiprofissional.
nas taxas de cessação do tabagismo com esta
aconselhamento dado por qualquer profissional desaúde aumenta as taxas de cessação do tabagismo. 6. O ACONSELHAMENTO REALIZADO POR
Porém, análise multivariada, revelou que as
MÉDICOS APRESENTA EFETIVIDADE DIFERENTE
intervenções fornecidas por médicos foram mais
D A Q U E L E R E A L I Z A D O P O R O U T R O S
efetivas, seguidas pelas intervenções da equipe
PROFISSIONAIS DE SAÚDE?
multiprofissional, dentistas e enfermeiros8(A). Recomendação
seus pacientes fumantes a pararem de fumar,
pois estudos de meta-análise comprovam que
cessação do tabagismo seja realizado por
esse aconselhamento, mesmo breve, aumenta
profissionais de saúde, especialmente médicos.
as taxas de cessação do tabagismo6,7,14(A). 7. O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO É EFETIVO NO TRATAMENTO DO TABAGISMO?
comparou a efetividade de intervenções fornecidaspor diversos profissionais de saúde (médicos,
enfermeiros, psicólogos, dentistas e conselheiros)
que consome mais de 10 cigarros/dia, interessado
com intervenções que constavam apenas de
em parar de fumar. O uso de fármacos aumenta
materiais de autoajuda ou mesmo sem a presença
de 2 a 3 vezes a chance de sucesso de acordo com
de nenhum profissional de saúde. As intervenções
a medicação prescrita (Tabela 1)7,20(A).
foram desenvolvidas por apenas um profissionalde saúde ou por uma equipe multiprofissional. Recomendação
O resultado mostrou um importante incremento
das taxas de cessação para o grupo que sofreu
intervenção dos profissionais de saúde.
consumo maior do que 10 cigarros/dia, sendo estauma medida efetiva para cessação do tabagismo.
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Eficácia dos medicamentos para tratamento tabagismo (monoterapia) Medicação Razão de chance (odds ratio) Taxa de abstinência seis meses 8. O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO NÃO ESTÁ BEM ESTABELECIDO EM FUMANTES COM QUAIS
consumo médio de cigarros/dia, variando de 14
CARACTERÍSTICAS?
a 21 mg/dia com o objetivo de controlar ossintomas de abstinência, podendo aumentar a
dose a critério médico. A redução da dose deve
cigarros por dia, menores de 18 anos, usuários
ser realizada em intervalo de quatro a seis
de outras formas de tabaco7(A).
semanas, e o período total de uso deve ser de 6 a 14 semanas6,7,21(A). 9. COMO, QUANDO E EM QUE DOSES DEVEM SER PRESCRITOS OS MEDICAMENTOS QUE
Goma de nicotina ou pastilhas: 4 e 2 mg. APRESENTAM EFICÁCIA NA CESSAÇÃO DO TABAGISMO?
utilizar gomas ou pastilhas de 4 mg e fumantes
de menos de 25 cigarros/dia devem utilizar gomas
de 2 mg. As gomas devem ser consumidas a cada
quando o médico conseguir motivá-lo a parar.
1 ou 2 horas ao longo de 6 semanas, com redução
do consumo progressiva até a 14ª semana6,7(A).
nicotina, saber sobre experiência pregressa
As gomas devem ser mascadas lentamente por
com fármacos para tabagismo, e considerar a
30 minutos em substituição aos cigarros.
presença de comorbidades. A prescrição deve
Recomenda-se beber um gole de água antes de
considerar todos esses aspectos acrescidos das
mascar para regularização do pH bucal e retirada
de resíduos alimentares que possam interferir na
absorção da nicotina. As pastilhas devem sermovidas de um lado para o outro da boca,
repetidamente, até que ela esteja totalmente
em 24 h e 15 mg, 10 mg, 5 mg em 16 h.
dissolvida, em 20 a 30 minutos. Não morder.
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Recomenda-se a cessação do tabagismo ao iniciar
deve ser incrementada progressivamente e o
a terapia de reposição de nicotina (TRN), devido
paciente deve ser orientado a parar de fumar
a risco de superdosagem de nicotina. Recomendação
cloridrato de bupropiona de liberação prolongada.
prescrição de medicamentos seja baseada no
Iniciar com 150 mg, 1 vez ao dia. No 4º,
dia prescrever 150 mg, 2 vezes. Prescrever
características individuais do paciente,
usualmente por 12 semanas22,23(A).
incluindo comorbidades, devendo-se tambémconhecer os efeitos adversos e contraindicações
Vareniclina: comprimidos de 0,5 e 1 mg de
de cada fármaco. As doses utilizadas estão
10. AS CONTRAINDICAÇÕES E OS EFEITOS
dia, prescrever 0, 5 mg, 2 vezes ao dia. No 7º
COLATERAIS DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO DE
dia, prescrever 1 mg, 2 vezes ao dia. Prescrever
NICOTINA, BUPROPIONA E VARENICLINA
por 12 ou 24 semanas24,25(A). A terapia com INTERFEREM NA PRESCRIÇÃO DESTES
bupropiona e vareniclina não requer cessação
MEDICAMENTOS?
imediata do tabagismo. Recomenda-se ainterrupção do tabagismo a partir do 8º dia após
Sim, as contraindicações e efeitos colaterais
dos medicamentos para tratamento dotabagismo devem ser conhecidos e considerados
Embora não tenham aprovação do Food and
na prescrição do fármaco6,7(A). Drug Administration (FDA) para tratamento dotabagismo e provoquem muitos efeitos colaterais,
CONTRAINDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
existe evidência científica de que a nortri- ptilina26(A) e clonidina27(A) sejam superiores ao
placebo no tratamento do tabagismo, podendo
lógicas que impeçam aplicação do adesivo
contribuir em situações em que não se pode
(psoríase, dermatites de contato), período
de 15 dias após episódio de infarto agudo
d o m i o c á r d i o , d u r a n t e a g e s t a ç ã o eamamentação.
Goma de nicotina: incapacidade de mascar,
progressivo da dose e com redução progressiva
úlcera péptica ativa, período de 15 dias após
antes da suspensão da dose para evitar efeito
rebote, com crise de hipertensão e nervosismo.
Pastilha de nicotina: úlcera péptica ativa,
período de 15 dias após infarto agudo do
mg – por período de 6 a 13 semanas. A dose
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Bupropiona - absoluta: risco de convulsão
Pastilha de nicotina: pode provocar sensação
parestésica na língua e boca, dor epigástrica e náusea.
convulsão febril na infância, anormalidadesconhecidas no eletroencefalograma);
sintomas como enjoo, náusea, taquicardia e crise
de hipertensão arterial. Esses sintomas podem
ser ocasionados pelo uso de doses excessivas de
cerebrovascular; tumor no sistema nervoso
reposição de nicotina ou pelo uso concomitante
Precauções no uso: Pacientes diabéticos
insulino-dependente, insuficiência hepática,
habitualmente referidos são: boca seca, insônia
hipertensão arterial não controlada, uso de
(sono entrecortado) e constipação intestinal. A
carbamezipina, cimetidina, barbitúricos,
insônia, na maioria dos casos, regride até a 4ª
fenitoína, corticoesteroides sistêmicos, teofilina
semana do uso. Para alívio ou prevenção da
insônia recomenda-se o uso da primeira doseda medicação pela manhã e a segunda dose 8
Vareniclina – absoluta: em pacientes com
horas após, evitando ingestão noturna para não
insuficiência renal terminal, grávidas e mulheres
agravar a insônia. Outros efeitos referidos em
amamentando. Ajuste de dose em paciente com
menor proporção são: dor epigástrica, tontura,
insuficiência renal grave (verificar tabela de
tremores e taquicardia. A maioria dos efeitos
não requer a suspensão do tratamento, muitasvezes ajuste da dose é suficiente para manuseio
Precauções no uso: Pacientes com histórico
de doenças psiquiátricas, como depressão grave,transtorno bipolar e síndrome do pânico. EFEITOS COLATERAIS
adesivos, pode elevar a pressão arterial; poresta razão, deve-se avaliar a pressão arterial
Adesivos de nicotina: os efeitos adversos
mais comumente referidos são prurido evermelhidão no local de aplicação dos adesivos.
Vareniclina: o efeito colateral mais esperado
O rodízo é aconselhável para contornar este
com uso desta substância é a náusea (30% dos
problema. Alguns pacientes podem desencadear
pacientes). Este efeito é minimizado ingerindo
reações alérgicas à cola do adesivo, sendo
a medicação após refeições e com um copo cheio
necessária a suspensão da medicação.
de água. Menos de 3% dos pacientes suspendema medicação por este efeito. Outros efeitos
Goma de nicotina: dor epigástrica, náusea,
referidos em menor proporção são: insônia,
dor na articulação temporomandibular. A
mastigação de forma lenta é indicada para evitar
conteúdo real) e flatulência, que em algumas
circunstâncias necessitam de redução da dose
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não foi comparada de maneira consistente ao
tratamento monoterápico. Pode ser utilizadaem casos especiais, devendo ser considerado o
Recomendação
Recomenda-se o conhecimento, por parte do
profissional de saúde, das contraindicações e
12. A EXTENSÃO DO TRATAMENTO DE TABAGISMO ALÉM DE 12 SEMANAS TRAZ BENEFÍCIOS ADICIONAIS NA CESSAÇÃO DO 11. A ASSOCIAÇÃO DE MEDICAMENTOS É MAIS TABAGISMO? EFICAZ QUE A MONOTERAPIA NA CESSAÇÃO DO TABAGISMO?
efeitos da monoterapia e da terapia combinada
referem sintomas de abstinência persistentes e/
é pequeno e, portanto, as evidências são
ou que apresentaram recaída após suspensão da
insuficientes para recomendação do uso da
medicação em tratamentos anteriores podem
terapia combinada6,7(A)28(B)29(D). Entretanto,
entre as medicações de primeira linha existem
medicações. O uso prolongado de goma de
evidências que as combinações são efetivas
nicotina (≥ 6 meses) parece ser mais eficaz que
o uso no período recomendado (12 semanas) e
consideradas no tratamento do tabagismo. As
não está associado com risco conhecido à saúde
combinações que se mostraram efetivas foram
ou desenvolvimento de dependência33(B)34,35(A).
o uso prolongado de adesivos de nicotina (>14
semanas) + outra forma de reposição de nicotina
bupropiona, vareniclina e algumas formas de
TRN, durante períodos ≥ 6 meses25,36,37(A),
inaladores de nicotina30,31(A).
mostram benefícios; entretanto, há necessidadede estudos adicionais para avaliar a eficácia da
Há relato da associação de inaladores de
terapia estendida6,7(A).
nicotina e bupropiona32(A). O uso de adesivo de nicotina + bupropiona é a única associação Recomendação
aprovada pelo FDA6,7,23(A)29(D). Alguns estudos
sugerem que a combinação de medicações pode
mentoso seja utilizado durante 12 semanas, e
ser utilizada para melhorar o controle dos
em seguida, suspenso. Pacientes com sintomas
sintomas de abstinência; entretanto, devem ser
de abstinência persistentes e/ou recaída pós
levados em consideração o aumento dos efeitos
suspensão do tratamento podem se beneficiar
adversos, a preferência do paciente e o aumento
do custo do tratamento7(A). 13. O TRATAMENTO PARA CESSAÇÃO DO Recomendação TA B A G I S M O E M PA C I E N T E S C O M
A eficácia da associação de medicamentos
DIAGNÓSTICO DE CÂNCER E DOENÇA
no tratamento da cessação do tabagismo ainda
PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA DEVE SER
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DIFERENTE DO REALIZADO EM OUTROS
podem ser motivadas pelo impacto positivo da
FUMANTES?
cessação na fertilidade e para o feto em caso degravidez, no aspecto físico e na prevenção da
menopausa precoce e da osteoporose. Portanto,
com doenças relacionadas ao tabaco deve seguir
estes aspectos devem ser abordados durante a
a recomendação para a população geral.
intervenção em pacientes do gênero feminino.
Entretanto, a presença destas co-morbidades
Por outro lado, as mulheres procuram auxílio
geralmente está associada com alta dependência
para cessação mais frequentemente que os
à nicotina e, portanto, deve-se considerar
homens39(B). Os estudos mostram que elas se
beneficiam das mesmas intervenções que os
mais intensiva. Estes pacientes podem ser
homens40(A), mas algumas informações
motivados por meio do esclarecimento sobre a
sugerem que a TRN pode ser menos efetiva em
associação destas doenças com a dependência
mulheres6,7,41(A). Assim, as outras medicações
da nicotina e sobre os benefícios obtidos na
de primeira linha devem ser consideradas no
evolução da doença e resposta ao tratamento
tratamento das mulheres29(D).
com a cessação. Devem também ser esclarecidosque cessar o tabagismo é uma emergência nestes
Recomendação
tabagismo é a única intervenção que diminui a
progressão da doença6,7,38(A). A presença dessas
tabagismo, salvo características individuais que
doenças é uma janela de oportunidades para
abordagem do tabagismo e estímulo paracessação, a integração do tratamento dotabagismo no manejo da doença de base é muito
15. O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DE PA C I E N T E S CARDIOVASCULARES CRÔNICOS E/OU Recomendação AGUDOS DEVE SER DIFERENTE DO REALIZADO EM OUTROS FUMANTES?
para pacientes com DPOC e câncer de pulmãoda mesma forma que para a população em geral.
Destaca-se que, para a população de pacientes
seguir as recomendações gerais para o uso de
tratamento farmacológico. O uso da TRN foi
intervenção que diminui a progressão da doença.
questionado inicialmente, mas estudos recentesmostram que não há evidências de aumento do
14. A EFICÁCIA DO TRATAMENTO DO TABAGISMO É DIFERENTE ENTRE HOMENS E
medicação42,43(A)44,45(B)46-48(D). Esta infor- MULHERES?
mação deve ser discutida com o fumante eindividualizada, porque a recomendação de
O receio do ganho ponderal e a presença de
depressão são obstáculos referidos para cessação
portadores de condições cardiovasculares
do tabagismo em mulheres. Por outro lado, elas
específicas, como período pós-infarto imediato
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(duas semanas), com arritmias graves e com
Esses dados comprovam que esta estratégia
angina instável está mantida nas informações
precisa ser revista e otimizada nesta sub-
sobre o produto6,7(A)29(D). Recomendação
envolver esforços para aumentar a motivação
farmacológico em indivíduos com eventos
ao abandono do tabagismo, estabelecer metas,
cardiovasculares crônicos e/ou agudos, exceto
treinamento de habilidades para solução de
no período pós-infarto imediato (2 semanas),
problemas e prevenção de recaída.
presença de arritmias graves e angina instável,onde deve haver precaução na utilização de
tabagismo do adolescente, embora a TRN semostre segura, as taxas de cessação a longo prazo
16. QUAL A ABORDAGEM PARA A CESSAÇÃO
não são otimizadas. Há pouca evidência que
DO TABAGISMO DEVE SER RECOMENDADA PARA OS ADOLESCENTES?
cessação a longo prazo entre os adolescentes e por isso, não é recomendado49-51(A).
O aconselhamento é a abordagem que parece
ser a mais efetiva nesta população6,7(A), mas as
A avaliação dos programas de prevenção do
taxas absolutas de cessação ainda são muito
tabagismo em adolescentes adotados em alguns
baixas. Na avaliação de sete estudos que compa-
países também não tem apresentado resultados
raram aconselhamento versus cuidados
satisfatórios, pois se observa aumento da preva-
lência do tabagismo entre os jovens52(B).
duplicou a taxa de abstinência a longo prazoquando comparada ao tratamento usual, mas
Recomendação
as taxas de cessação absolutas foram muito
A cessação do tabagismo em adolescentes
baixas. Considerou-se tratamento usual, aconse-
está centralizada no aconselhamento, que parece
lhamento breve e uso de materiais informativos.
ser a abordagem mais efetiva nesta faixa etária. Meta-análise (2008): Efetividade e coeficientes estimados de abstinência para as intervenções de aconselhamento para adolescentes fumantes (n = 7 estudos) Adolescentes Fumantes Nº de grupos Odds ratio estimado (IC 95%) Coeficiente estimado de abstinência (IC 95%)
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17. O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO
três estudos randomizados controlados que
TABAGISMO DEVE SER DIFERENTE EM
utilizaram terapia de reposição de nicotina
GESTANTES?
(TRN) em grávidas fumantes6,7(A). Dois deles não demonstraram diferenças significativas nas
taxas de cessação do tabagismo entre as que
devido aos riscos do tabagismo para o feto e para
receberam adesivos transdérmicos de nicotina
ela mesma. A fumaça de qualquer derivado de
de 15mg em 16h, com posterior redução para
tabaco possui cerca de 4.720 substâncias.
Muitas dessas substâncias, em especial a nicotina
medicação56,57(A). O terceiro estudo foi
e o monóxido de carbono (CO), contribuem para
suspenso antes do tempo previsto, devido a
danos reprodutivos, tais como aborto, parto
sérios efeitos adversos, especialmente parto
prematuro, vasoconstrição placentária, baixo
peso ao nascer, síndrome da morte súbita
gestantes que receberam TRN. Nesse estudo,
infantil, etc53-55(D).
as mulheres grávidas foram randomizadas emdois grupos: um recebeu apenas terapia
Devido a seu fator vasoconstritivo, a nicotina
cognitivo-comportamental (TCC), e o outro
pode levar à insuficiência útero-placentária,
produzindo neurotoxicidade fetal, resultando em
retardo do desenvolvimento cerebral, inibindo
transdérmico de nicotina, goma de mascar de
a maturação pulmonar e aumentando o risco
nicotina, pastilha de nicotina, ou não receber
da síndrome da morte súbita infantil. Essas
conclusões foram baseadas em estudos animais,
acordo com o número de cigarros fumados por
já que existem insuficientes estudos em humanos
usando nicotina em gestantes fumantes6,7(A).
mostraram que as mulheres do grupo TCC +TRN estavam quase três vezes mais passíveis
Além da nicotina, o CO, presente na fumaça
de parar de fumar durante a gestação, porém
do cigarro, e outros derivados do tabaco,
aumentam o risco do desenvolvimento desses
danos, devido à presença de carboxihemoglobina
não recebeu TRN. O estudo foi suspenso, mas
no sangue. A carboxihemoglobina é resultante
não ficou claro se os efeitos adversos foram
da combinação do CO com a hemoglobina, e
consequência do uso de TRN58(A).
sua concentração pode atingir a 7% a 9% nosangue de gestantes fumantes, enquanto que nas
Por conta desses resultados, a meta-análise
não-fumantes atinge apenas 1%54(D). Alguns
decidiu não fazer nenhuma recomendação a
estudos sobre breve exposição a adesivos
respeito do uso de medicação no tratamento
transdérmicos de nicotina ou goma de mascar
do tabagismo em gestantes fumantes. Devido
de nicotina demonstraram pequenos efeitos
às evidências inconclusivas sobre o aumento
das taxas de cessação do tabagismo, ao usar
TRN, o médico deverá avaliar o risco-benefício
fumando. Estudo de meta-análise encontrou
de seu uso, levando-se em consideração que a
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TRN expõe a gestante fumante à nicotina,
muito importante o diagnóstico e tratamento
enquanto que o tabagismo a expõe à nicotina,
dos transtornos psiquiátricos concomitantes,
MC e a mais de 4.000 substâncias, muitas
com especial atenção durante o tratamento
com vareniclina, o qual pode estar associadoa humor depressivo, agitação e ideação ou
comporta-mento suicida7,64(A)29(D).
nortriptilina e clonidina está inteiramente contraindicado em gestantes7(A)16(D). Recomendação O tratamento para cessação do tabagismo Recomendação
em pacientes com transtornos psiquiátricos deve
Não há recomendação a respeito do uso
ser o mesmo recomendado para a população
geral. Ressalta-se a importância do tratamento
dos distúrbios concomitantes e atenção à
utilização da TRN. O uso de bupropiona,vareniclina, nortriptilina e clonidina estão
19. PROGRAMAS DE CESSAÇÃO DO TABAGISMO INTRA-HOSPITALARES SÃO EFETIVOS? 18. O TRATAMENTO DO TABAGISMO DE PA C I E N T E S T R A N S T O R N O S
estudos65(A) revelou que a intervenção no PSIQUIÁTRICOS DEVE SER DIFERENTE DO
paciente hospitalizado e acompanhado no pós-
REALIZADO EM OUTROS FUMANTES?
alta, independente da doença que motivou ainternação, está associada com alta taxa de
Não, embora os pacientes com transtornos
cessação do tabagismo comparada com grupos
controle (razão de chance 1,65 IC 1,44 - 1,9).
substâncias apresentem alta prevalência de
tabagismo, dependência da nicotina elevada e
seguimento pós-alta parece ser o componente
maior risco de recaída, os estudos mostram
que as variáveis que afetam a cessação e a taxa
bupropiona é seguro nos pacientes hospitalizados
de abstinência são similares àquelas verificadas
que apresentam sintomas de abstinência e os
resultados são semelhantes ao uso em populações
segundo as quais pacientes com transtornosmentais e depen-dentes de álcool devem
aconselhamento e medicação66(A).
tabagismo recomendado para a população geral59-61(A)28(B)62(D). Além disso, sugerem
A sugestão para intervenção hospitalar é:
que a abordagem do tabagismo durante otratamento de outras dependências aumenta,
• Pergunte ao paciente se ele é fumante e
e não diminui, a sobriedade relativa à condição
de base em longo prazo63(A). Entretanto, é
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• Se o paciente for fumante, registre o
de útero em mulheres entre 34 a 39 anos (U$
4.100,00)6,7(A).
• Promover aconselhamento e medicação para
No Brasil, temos dados que demonstram que
os custos ao Sistema Único de Saúde (SUS)referentes ao tratamento das principais doenças
tabaco-relacionadas (câncer, doenças cardio-
assistência ao paciente antes de completar
vasculares e doenças respiratórias) são da ordem
de R$ 338.692.516,02, em 200567(D).
Enquanto isso, o Ministério da Saúde gastou
oportunidade de cessação do tabagismo nos
mentos (adesivo transdérmico de nicotina 21,
14 e 7 mg; goma de mascar de nicotina 2 mg;cloridrato de bupropiona 150mg) disponíveis no
Recomendação
SUS, em 200668(D).
mento+medicação) para cessação do tabagismo
Outra pesquisa recente realizada em nosso
no paciente hospitalizado demonstrou alta taxa
país encontrou um investimento financeiro da
de cessação do tabagismo, sendo importante a
ordem de R$ 428,00 por pessoa no tratamento
sua realização durante o período de internação,
do tabagismo em um ano, no Sistema Únicode Saúde (SUS), utilizando abordagem e os
associado a seguimento após a alta hospitalar.
medicamentos já citados. Enquanto isso, em igualperíodo de tempo, o tratamento das seguintes
20. O TRATAMENTO DO TABAGISMO, MESMO
doenças tabaco-relacionadas custaram ao SUS:
COM UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS, É M A I S C U S T O-E F E T I V O D O Q U E O
• Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): R$
TRATAMENTO DAS DOENÇAS RELACIONADAS AO TABACO?
• Doença Isquêmica Coronariana (DIC): R$
tabagismo (abordagem + medicamentos) é mais
1.848,32 por pessoa (cerca de 5 vezes o custo
custo-efetivo do que o tratamento das doenças
tabaco-relacionadas6,7(A).
Estudo realizado nos Estados Unidos mostrou
que o custo por ano de vida salva do tratamento
do tabagismo foi estimado em U$ 3.539,00, valormenor se comparado a um rastreamento para
• Câncer de Pulmão: R$ 4.201,28 por pessoa
hipertensão arterial em homens entre 45 a 54 anos
(cerca de 10 vezes o custo do tratamento do
(U$ 5.200,00) e para exames preventivos de colo
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• Acidente Vascular Cerebral (AVC) – evento
até em empresas privadas, é a medida mais custo-
agudo: R$ 3.336,95 por pessoa (cerca de 8
efetiva para reduzir os custos do tabagismo no
vezes o custo do tratamento do tabagismo);
Brasil69(B). CONFLITO DE INTERESSE
reabilitação: R$ 1.868,87 por pessoa (cerca de5 vezes o custo do tratamento do tabagismo).
Godoy I: investigadora principal de pesquisa
clínica patrocinada pelo Laboratório Pfizer. Issa JS:
investigadora principal de pesquisa clínica e
gastou, em 2004, cerca de R$ 1 bilhão com
palestrante em eventos médicos patrocinados peloLaboratório Pfizer. Reichert J: recebeu honorários
IAM, DIC, DPOC, Câncer de pulmão e AVC,
por apresentação de palestra patrocinada pelo
sendo que R$ 500 milhões estão relacionados
Laboratório Pfizer. Alencar Filho AC: recebeu
diretamente com o tratamento dessas doenças
honorários para apresentação de palestras em reuniões
científicas e em congresso patrocinado peloLaboratório AstraZeneca, Biolab e Laboratório
Pfizer. Silva CR: recebeu honorários para consultoria
dobro no sistema suplementar de saúde por meio
patrocinada pela Eurofarma Labora-tório. Santos
dos planos de saúde, pois os procedimentos pagos
SRA: recebeu honorários para elaborar e ministrar
programas de educação para médicos, participar deestudo clínico internacional e participar de congresso
abaixo daquele que é pago pela operadora do
patrocinado pelo Laboratório Pfizer. Gigliotti A:
plano de saúde. Dessa forma, conclui-se que o
recebeu honorários por comparecimento a simpósio,
apoio ao tratamento do tabagismo, seja no
apresentação de conferência, organização de ensino
sistema público, ou suplementar de saúde ou
e consultoria patrocinada pelo Laboratório Pfizer.
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“JAWS” Attacks On The Daubert Trilogy A Case Study: The Parlodel® Litigation Stephen D. Otero is a senior associate in the Richmond office of Troutman Sanders LLP He is a graduate of the University of Virginia (B.A 1989) and William & Mary Law School (J.D. 1995), where he was a member of the William & Mary Law Review and the Moot Court Board. Since completing a cler
TERAPIA1 tature, nonché alla presenza di DTM all’interno di numerosiquadri patologici sistemici, rende difficile il proponimento ela classificazione di un preciso iter terapeutico standardizza-to, indicando sempre più marcatamente come il punto prin-cipale per affrontare i DTM non sia conoscerne i mezzi tera-peutici, ma sviluppare un’attenta capacità discriminativadiagnostica. Quan